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Calma! Não precisa ficar brava e me dizer que eu não entendo a realidade de muitas mulheres que são vítimas de todo tipo de violência ou que não estou querendo enxergar nem ser empática com milhares de mulheres que são assediadas, desrespeitadas ou violentadas.

Em primeiro lugar, quero que saiba que pessoalmente já sofri todo tipo de violência, emocional, psicológica, moral e até física. E é por isso que me sinto à vontade para lhe dizer que sair do papel de vítima pode ser difícil, mas é vital não só para você, mas para as pessoas que convivem com você e te amam. Muitas de nós não conseguem enfrentar ou se livrarem de relações ou sentimentos que as aprisionem e precisam de ajuda de profissionais como terapeutas ou coaches. Não aceitar o papel de vítima é uma decisão que exige coragem, determinação, quebra de crenças e paradigmas, autoconhecimento e um alta dosagem de autoestima.

Comece avaliando suas crenças. No que é que você acredita? Você acha que não é boa o suficiente, que precisa do outro para ser feliz, que so será feliz o dia em que o outro mudar, que precisa atender as necessidades do outro antes das suas, que felicidade não é coisa para você…? As crenças são poderosas destruidoras da nossa autoestima e reforçá-las nos enfraquece cada vez mais, nos colocando no lugar da oprimida.

Mas, há também o outro lado da vitima. Aquela que está na zona de conforto e ser vítima lhe deixa ainda mais confortável porque justifica todas as suas mazelas, sofrimento e “má” sorte pelo que o outro faz ou pelo que o Universo conspira. Nesse perfil, estão aquelas pessoas que têm crenças do tipo: na minha empresa os homens não deixam as mulheres crescerem, o meu companheiro não gosta que eu trabalhe até tarde, o Brasil é um pais muito machista e mulher não tem chance, por mais que eu trabalhe nenhum homem vai me promover. Acreditar nessas coisas tira da vítima qualquer possibilidade de transformação e mudança. Ai, ela não toma nenhum tipo de atitude para mudar a sua realidade.

Um dos casos mais emblemáticos e importantes na história de violência e de uma mulher que só conseguiu transformar a sua história e de milhares de outra é o da farmacêutica cearense, Maria da Penha Maia Fernandes, que viveu anos sendo violentamente agredida pelo seu companheiro. Numa luta incansável, quando decidiu não mais aceitar o papel de vitima e que deveria tomar as rédeas daquela situação que chegou a deixá-la paraplégica, Maria da Penha conseguiu que seu ex-companheiro fosse condenado a 8 anos de prisão e foi quem inspirou a criação da lei que leva seu nome e que aumenta o rigor das punições sobre crime domésticos. Maria da Penha é uma mulher de 71 anos de idade, símbolo daquela que se empoderou, conquistou autoestima e ocupou os espaços através de sua própria luta.

Combater as crenças que te enfraquecem, te colocam em situação de inferioridade e façam com que você aceite muito menos que merece é o primeiro passo para as suas conquistas. O primeiro passo é o caminho do autoconhecimento. Você já se perguntou se quer ser vítima ou autora da sua vida? Que autoridade você tem para decidir que caminho tomar? Você tem capacidade de transformar todas essas crenças limitantes em crenças poderosas e crenças de fonte que saciem a sua vontade de ser feliz e de conquistar os seus espaços?

Que tal começar agora a escrever a sua história de 2017 como uma mulher verdadeiramente empoderada? Que tal começar por dizer e acreditar que você é boa o suficiente; que merece e quer ser feliz; que o seu sucesso depende de você; que quando você mudar, tudo e todos vão mudar também.

Pode acreditar, amiga! A minha história mudou e as minhas relações mudaram. Sou autora e adoro escrever o livro da minha vida. Ser empoderada é saber fazer escolhas. Por isso, para começar 2017, sugiro que você escreva numa folha de papel, tudo que você quer preservar e manter na sua vida (as coisas materiais ou não), tudo que quer eliminar definitivamente, tudo que deseja e merece receber e tudo que quer doar. Limpe seu armário, sua casa e sua mente. Purifique-se e se transforme numa nova mulher. Olhe-se no espelho e diga: Eu me amo, eu me respeito, eu mereço ser feliz.